Secarias é uma freguesia do concelho de Arganil, junto à margem esquerda do rio Alva, rodeada de belos sítios montanhosos e dependeu durante séculos da vila que agora é sede de concelho. É composta pelos seguintes lugares: Secarias, Catraia, Cansado e Vale de Peitalva.
Já no tempo de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, a freguesia foi objecto duma doação à Sé
de Coimbra, juntamente com as propriedades e o padroado do convento de S. Pedro de Folques.
Passou depois para a mãos de Afonso Pires de Arganil e mais tarde voltou à posse da mitra conimbricense. Os bispos de Coimbra passaram a ser condes de Arganil. A jurisdição de Arganil estendia-se às paróquias vizinhas, a S. João Baptista de Sarzedo, S. Pedro de Folques e a S. Sebastião de Secarias.
Também a paróquia foi um curado directo do vigário de Arganil. Em 1868, tinha cinquenta vizinhos e uma ermida de S. Miguel, que ainda existe e onde se pode ver uma boa imagem de calcário representando a Virgem com o Menino (séc. XVI-XVII). Durante muito tempo, os moradores completavam a sua base de rendimento agrícola com as pescarias de bogas, trutas, lampreias e sáveis do rio Alva.
A Igreja Matriz, dedicada a S. Sebastião, é do século XVIII. Da mesma época é a talha de madeira dos altares, como a imagem de S. Francisco. Do século XVII parece ser uma pequena imagem também em madeira que representa o Santo Pontífice.
A freguesia de Secarias foi sempre pequena, mas como muita coisa na vida e na história também não se mede aos palmos. Há mesmo que reconhecer que por aqui tenha começado o povoamento inicial da área circundante à própria freguesia. De facto, num monte sobranceiro ao rio Alva,
deparamos ainda hoje com uma estação arqueológica de muito interesse histórico. Referimo-nos à Lomba do Canho, identificada em 1956 por Dr. Castro Nunes e classificada após os estudos
deste arqueólogo, como monumento nacional, em 1959, esta estação tem a particularidade de reunir num espaço curto um dólmen pré-histórico e também um acampamento romano.
Pelo primeiro, constata-se um povoamento de há 5.000 anos, como o atestam as datações científicas das pontas de seta encontradas por entre o vasto e rico espólio. Desse espólio constam, também, alguns machados em xisto anfibólico, umas contas de colar em pedras semi preciosas que denunciam um povoamento de certa riqueza económica.
Do acampamento militar romano, anterior à era cristã, dizem os arqueólogos que terá sido um dos mais importantes na romanização da região, um sítio considerado de interesse estratégico e militar há 2.000 anos.
O orago da freguesia é S. Sebastião, a quem se faz uma festa e romaria no 1º Domingo a seguir à Quinta-feira de Ascensão.
A população residente é de cerca de 450 habitantes, com uma população flutuante de 160 habitantes.
As actividades económicas que mais marcam a economia de Secarias é a agricultura, a indústria têxtil, o pequeno comércio, os serviços e outros, tudo isto concentrado numa área de 6,95 km2.
Uma outra feira, que é uma feira anual e que se realiza no 1º Domingo de Outubro, é a Feira de S. Miguel que teve a sua primeira realização em 05 de Outubro de 1975.